O Diagnóstico da
Síndrome de Asperger
Algo que é muito importante de ser dito é que os sintomas dessa síndrome podem aparecer já nos
primeiros anos de vida de uma criança por isso é preciso atenção desde a mais tenra idade.
Entretanto isso não quer dizer que essa é uma síndrome que pode ser facilmente identificada por
que muitos desses sintomas acabam sendo ignorados pelos pais ou não sendo considerados como
algo negativo, principalmente quando se manifestam com uma intensidade moderada.
Além disso os portadores da patologia tentem a funcionar muito bem em grande parte dos
aspectos da vida e certos sintomas acabam sendo considerados apenas como atitudes estranhas
sem maior importância ou sem consequências.
Esse é um dos motivos que leva ao fato de que a grande parte dos diagnósticos é feita em crianças
já com idade pré-escolar devido à dificuldade de socialização apresentada nessa etapa do
desenvolvimento infantil.
A dificuldade de socializar é considerada como uma das caraterísticas mais significativas desse
distúrbio e também a que, normalmente, se manifesta com maior intensidade, em conjunto com
a falta de interesse em tudo o que estiver relacionado a esse foco de atenção.
Os fenômenos relacionados a alta irritabilidade, depressão ou mesmo ansiedade então são os
fatores que mais chamam a tenção dos pais juntamente com a falta de habilidade no que diz
respeito ao comportamento social.
O mais comum é que os primeiros problemas sejam observados pelos pediatras que encaminham
a criança a médicos especializados para um diagnóstico mais preciso e profundo da situação.
A principal forma de diagnóstico para a síndrome se dá através da aplicação testes
neuropsicológicos realizados através da proposição de tarefas. Assim é possível observar e avaliar
aspectos do comportamento da criança, bem como aspectos cognitivos como memória, atenção
e sociabilidade.
A maior barreira no diagnóstico dessa síndrome, entretanto, é que ainda não há uma
uniformidade na abordagem diagnóstica da síndrome no Brasil.
Isso por que ferramentas como a ADOS e a AD (questionários com as crianças e com os pais,
respectivamente), que são técnicas convencionais nos EUA e Europa, ainda não foram validadas
em nosso país.
Outro ponto diagnóstico importante é que quem tem essa síndrome apresenta alteração em
testes que buscam o reconhecimento de emoções e também nos que avaliam a capacidade de
entender o que os outros estão pensando.
Em outras palavras pode-se dizer que os portadores dessa patologia possuem uma grande
dificuldade de identificar e inferir o que sentem e pensam aqueles que os rodeiam a não ser que
essas emoções sejam claramente ilustradas e demonstradas.
Então o diagnóstico da Síndrome de Asperger, assim como a grande parte dos diagnósticos na
área da psicologia, devem seguir as recomendações encontradas no Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, na sigla em inglês).
É sempre importante considerar para isso a última versão publicada do material na qual a
Síndrome de Asperger e o Autismo passam a pertencer ao Transtorno do Espectro Autista, ou
TEA, como já foi falado anteriormente aqui.
Anteriormente haviam três grupos de sintomas mas segundo esse material, agora são necessários
somente dois diferentes grupos de sintomas para que o profissional em psiquiatria, juntamente
com um pediatra, possa efetuar o diagnóstico preciso dessa patologia.
Isso por que os sintomas de comunicação social e os sintomas de interação social foram agrupados
e agora formam um grupo só. Veja então quais são os grupos de sintomas que são considerados
na avaliação:
Ÿ Apresentação de um determinado padrão repetitivo e limitativo de interesses,
atividades e comportamentos
A insistência em uma determinada atividade muito focada, o gosto por rotinas e padrões de
comportamento, estereotipias, interesses muito específicos e talvez até incomuns, hipo ou hiperatividade
a estímulos sensoriais.
ŸDificuldade de comunicação e de interação social
Nesse critério é avaliado o déficit ou dificuldade no que diz respeito a reciprocidade das
interações sociais. Também são considerados dificuldades nos comportamentos não verbais bem
como a dificuldade de manter um diálogo, uma conversação ou mesmo um relacionamento.
Especialistas ainda afirmam que, como em qualquer outra patologia, quanto antes o diagnóstico
for feito melhor será para a criança. Isso por que uma intervenção logo cedo e que envolva a
formação social e educacional é fundamental enquanto o cérebro ainda está em
desenvolvimento.
Uma dúvida muito presente ainda quando o assunto é a Síndrome de Asperger é sobre essa troca
ocorrida no DSM. A dúvida que permanece é se os pacientes que já foram diagnosticados com a
Síndrome de Asperger respeitando os critérios anteriores têm que passar por um novo exame
para uma reclassificação ou se o seu diagnóstico será mantido.
Como tratar
a Síndrome de Asperger?
Conforme já foi falado aqui anteriormente a Síndrome de Asperger, embora possua pontos em
comum, apresenta um padrão de comportamento que se difere consideravelmente de uma
criança para a outra.
Por esse motivo não há um tratamento típico ou exato que possa ser prescrito. Então
dependendo das habilidades de cada criança bem como dos seus pontos fracos e dos seus pontos
fortes e do seu histórico de desenvolvimento é possível aplicar ações específicas a fim de melhorar
e desenvolver habilidades que apresentam déficits.
Veja alguns dos tratamentos dos quais as crianças com Síndrome de Asperger podem se
beneficiar:
ŸTreinamento de suas habilidades sociais
ŸEducação especializada
ŸTerapia da linguagem
ŸTreinos de interação sensorial geralmente aplicados aos mais novos. Pode ser aplicado em
crianças que mostram-se insensíveis à estímulos.
ŸTerapia cognitiva e psicoterapia de comportamento para crianças com mais idade.
Tratamento multidisciplinar
para Síndrome de Asperger
Visto então que cada criança é única e que essa patologia acomete cada uma de uma maneira
específica não há nada melhor do que um tratamento multidisciplinar para otimizar os
resultados e o desenvolvimento da criança.
Por isso integrar neuropsicólogos, pediatras e fonoaudiólogos, psicopedagogos é a melhor
solução, sempre de acordo com aquelas limitações identificadas na criança, claro.
O interessante é que o tratamento seja pensado como uma medida a longo, prazo visto que se
está tratando de um distúrbio crônico, buscando transmitir para a criança as habilidade e demais
recursos necessários para que ela consiga melhorar e desenvolver-se.
Vale ainda ressaltar que a utilização de medicamentos não acontece diretamente para o
tratamento da Síndrome de Asperger e sim para tratar algumas manifestações decorrentes da
patologia assim como depressão, irritabilidade e também ansiedade.
A importância do tratamento para a Síndrome de Asperger, por sua vez, é muito grande. Isso por
que um indivíduo pode chegar a vida adulta mas certamente apresentará sérios problemas de
relacionamento tanto na vida pessoal como na profissional e também escolar.
Além disso a ausência de tratamento aumenta o risco do aparecimento de outros problemas
como o Transtorno Bipolar.
Assim sendo quanto mais cedo acontecer o diagnóstico e quanto mais preciso ele for, assim como
o tratamento, maiores são as possibilidades de a criança portadora da síndrome ter um
comportamento saudável, flexível, independente e sociável.
É importante também que mesmo com profissionais de diferentes áreas trabalhando para o
desenvolvimento das habilidades da criança com AS as ações sejam conjuntas e que um
profissional saiba o que o outro está fazendo.
Muitas vezes os pais tem que atuar como gestores e ajudar no direcionamento dos profissionais
para que haja uma interação, mesmo que indireta, entre eles.
Além disso é extremamente importante envolver também as pessoas que fazem parte do
universo da criança tais como babás, amigos da família e parentes próximos.
Não subestime a importância de montar um tratamento adequado para a criança e envolva
todos os profissionais possíveis e necessários para que isso seja feito da melhor maneira.
Como agir com a
suspeita da Síndrome de Asperger?
Se você identificou em seu filho qualquer um dos sintomas típicos da doença já apresentados aqui
não há nada melhor do que buscar uma ajuda profissional.
É fundamental que a criança passe por um profissional da área da saúde mental bem como
outros profissionais que possam ajudar nesse diagnóstico.
Saiba que quando o seu filho é avaliado por um profissional ele passa por uma avaliação
psicossocial profunda. Nessa avaliação está incluído um cuidadoso histórico do reconhecimento
dos sintomas, de desenvolvimento motor dele, dos padrões de linguagem bem como dos demais
aspectos do seu comportamento.
Essa avaliação das atividades da criança incluem as suas atividades prediletas, as suas
preocupações, os seus hábitos diários e muitos outros pontos importantes para o diagnóstico.
Entretanto, a maior ênfase desse processo de avaliação será sobre o desenvolvimento social da
criança e isso inclui tanto os problemas presentes como os problemas passados da no que diz
respeito ao estabelecimento de relações de amizade e de interação com os demais.
Não há motivo para desespero dos pais. Essa avaliação nada mais é do que um meio de
identificar as habilidades comunicativas da criança estabelecendo seus pontos fracos e fortes.
O melhor mesmo é encarar a situação de frente e realizar todos os procedimentos necessários de
forma mais rápida possível para obter um diagnóstico.
Com o diagnostico em mãos então é possível passar a orientar as atividades da criança para que
ela tenha um desenvolvimento pleno e saudável, sem maiores problemas.
Além disso tudo é sempre muito vantajoso dividir com alguém da família o problema. Lembre-se
que não é possível ajudar a criança se você não está sendo capaz nem mesmo de nutrir as
próprias necessidades emocionais.
Como ajudar a criança
com Síndrome de Asperger
Obviamente não há nada melhor do que buscar a orientação dos profissionais que estão fazendo
parte do tratamento do seu filho para ter um direcionamento mais preciso sobre o caso específico
dessa criança.
Mesmo assim existem algumas dicas que são essenciais e podem ajudar muito aos pais que ainda
se sentem inseguros a respeito da forma como devem encaminhar toda a situação.
A primeira coisa que você pode fazer é ensinar a criança com AS a ser independente oferendo a
ele situações nas quais ele possa botar essa habilidade em prática, claro, sempre com a devida
supervisão.
Entenda também que nem sempre é claro que a criança possui alguma necessidade especial e é
por isso que, como pais, é fundamental que haja esse tipo de esclarecimento quando necessário
como para médicos e professores.
Também não desanime na busca pelo tratamento ideal. É preciso escolher um tratamento a
longo prazo e que foquem especificamente nas necessidades do seu filho. Somente assim será
possível para a criança desenvolver as habilidades deficitárias.
Como ajudar a criança
com Síndrome de Asperger
Caso haja dúvida sobre o andamento do tratamento saiba que a ASA (Sociedade Americana de
Autismo) recomenda que as famílias das crianças busquem sempre o apoio do diretor do
programa a fim de melhor determinar se o programa realmente atende a criança em questão e
se aborda suas questões específicas.
Os pais também não devem nunca esquecer que a criança faz parte do núcleo familiar e que
todas as necessidades da criança deve estar em equilíbrio com as necessidades dos demais
integrantes dessa família.
Como ajudar a criança Caso haja dúvida sobre o andamento do tratamento saiba que a ASA (Sociedade Americana de
Autismo) recomenda que as famílias das crianças busquem sempre o apoio do diretor do
programa a fim de melhor determinar se o programa realmente atende a criança em questão e
se aborda suas questões específicas.
Os pais também não devem nunca esquecer que a criança faz parte do núcleo familiar e que
todas as necessidades da criança deve estar em equilíbrio com as necessidades dos demais
integrantes dessa família.
Como lidar com uma
criança com Síndrome de Asperger
Conforme já foi dito aqui inúmeras vezes cada criança é única e possui talentos e déficits
específicos não havendo como estabelecer um padrão.
O que é muito comum é que os pais, ao identificarem uma aptidão no filho, acabem
incentivando-a demais criando algo conhecido como “ilhas de habilidades”.
O problema fica ainda maior no caso das crianças portadoras da Síndrome de Asperger pois esse
tipo de ação intensifica ainda mais o interesse focado e restrito dela aumentando o isolamento
comportamental desse indivíduo.
Isso acaba tornando-o menos flexível quando exposto a novos assuntos ou temas.
Pensando justamente em prestar um auxílio ao desenvolvimento das capacidades múltiplas das
crianças que possuem SA existem alguns itens que são importantes para quem convive com essa
situação.
ŸBusque sempre a diversificação dos focos de interesse tentando fazer com que o paciente
valorize e dê importância a temas variados, aumentando suas habilidades diminuindo o foco
sobre o comportamento restritivo ou repetitivo.
ŸEstimule, através de treinamento, o compartilhamento e reconhecimento de expressões faciais
e também de emoções a fim de melhorar o prognóstico social dessa criança com SA.
ŸO diálogo também é fundamental sempre e treinar o “falar olhando” ajuda a desenvolver a
habilidade de intencionalidade comunicativa.
ŸNão critique o interesse específico da criança com Síndrome de Asperger mas apresente
diferentes opções com ela. Uma dica é fazer uso desse interesse inicial para interagir sobre outros
temas.
Lembre-se ainda que paciência é fundamental durante o tratamento pois por muitas vezes,
devido a sua falta de certas habilidades, a criança pode acabar sendo mal interpretada.
Essa má interpretação pode resultar em um desentendimento e consequentemente um quadro
de isolamento social ainda maior podendo evoluir para um caso de depressão.
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