sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Um pouco mais sobre a Síndrome de Asperger

Essa patologia foi nomeada graças ao pediatra vienense chamado Hans Asperger, que no ano de 1944 descreveu pela primeira vez na história o conjunto de padrões comportamentais apresentados por alguns de seus pacientes, predominantemente do sexo masculino. Em seus estudos o doutor constatou que as crianças apresentavam o desenvolvimento da linguagem e a inteligência normais mas possuíam um comprometimento grave na capacidade de comunicação, nas habilidades sociais e também no que dizia respeito a coordenação motora. De acordo com a Asperger Syndrome Coalition of the United States, ainda é possível que essa patologia só se manifeste mais tarde do que o típico autismo ou então que só seja identificado mais tardiamente. Embora muitas crianças tenham seu diagnóstico já logo após os três anos de idade a maioria só é realmente diagnosticada mas tarde, entre os 5 e 9 anos de idade. É importante dizer também que as crianças portadores dessa síndrome são totalmente capazes de levar uma vida diária normal porém com uma tendência mais forte à imaturidade social. Por isso acabam se relacionando de forma melhor com pessoas adultas do que com os seus pares. É por isso também que muitas vezes são considerados estranhos ou um tanto quanto excêntricos.

Um pouco mais sobre a Síndrome de Asperger

A doença então, segundo especialistas segue continuamente de quem a desenvolve e dura por toda a vida. O que pode acontecer é que os sintomas aumentem ou diminuam no decorrer da vida. Por esse motivo é que o diagnóstico e o tratamento precoce podem ser fundamentais para uma criança que possui essa patologia.

Visão geral da Síndrome de Asperger: origem, histórico epidemiologia
Em uma visão geral a Síndrome de Asperger nada mais é do que um transtorno neurobiológico que se enquadra dentro dos transtornos conhecidos como transtornos globais do desenvolvimento. Embora o primeiro estudo sobre a síndrome tenha sido feito pelo psiquiatra austríaco Hans Asperger há bastante tempo o reconhecimento internacional da patologia veio somente no ano de 1994, quando ela foi finalmente incluída no DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Uma curiosidade é que essa Síndrome foi, por muitos e muitos anos, considerada como uma condição relacionada ao autismo, porém sempre considerando ambos como condições distintas. Entretanto foi somente em maio do ano de 2013 que que certas mudanças importantes foram feitas através da quinta edição do DSM-V. Algumas dessas importantes mudanças, por exemplo, foram a alteração dos nomes de certas doenças e condições já conhecidas e também novos diagnósticos. Já no que diz respeito diretamente à Síndrome de Asperger ela foi agrupada a uma nova terminologia médica, juntamente com o autismo, passando a fazer parte do grupo TEA, ou Transtorno de Espectro do Autismo, no DMS. Essa nova definição faz com que a síndrome então passe a ser considerada como uma forma

 Visão geral da Síndrome de Asperger: origem, histórico epidemiologia

menos severa de autismo. Assim os pacientes podem ser diagnosticados analisando somente os graus de comprometimento tornando o diagnóstico ainda mais completo. Vale lembrar que diferentemente do que acontece no autismo clássico, os portadores da Síndrome de Asperger não apresentam nenhum tipo de comprometimento do intelecto ou na sua capacidade cognitiva. Essa é uma das razões que leva a maioria dos pais a ignorar os primeiros sinais ou sintomas dessa síndrome que são muitas vezes confundidos com temperamento ou características da personalidade do paciente. Já no que diz respeito ao número de portadores dessa doença ou condição ainda não há uma contagem exata justamente pelo fato de a doença só ter sido reconhecida como um TEA recentemente. O que é importante ressaltar é que os meninos apresentam uma propensão de três a quatro vezes maior do que as meninas de serem acometidos pela Síndrome de Asperger. O que acontece é que casos menos intensos da doença estão agora sendo identificados com mais facilidade e isso faz com que os números pareçam estar aumentando. Entretanto as estimativas mostram que a sua ocorrência é bem mais comum do que se imaginava afetando uma entre cada 250 crianças. Esses números variam bastante de acordo com o país e nos Estados Unidos o número cai drasticamente para uma em cada 10 mil crianças

Causas da Síndrome de Asperger

Assim como o Transtorno de Espectro do Autismo, o TEA, a Síndrome de Asperger tem suas causas ainda desconhecidas. Entretanto existem linhas que acreditam que a patologia possa ser causada por alguma anormalidade no cérebro da criança. Assim sendo acredita-se que a causa da Síndrome de Asperger pode ser causada por anormalidades cerebrais visto que existem diferenças na estrutura e no funcionamento de certas regiões específicas do cérebro. Também é possível que haja algum padrão hereditário na AS pois existem pesquisas que indicam que em alguns casos ela pode estar diretamente associada a doenças ligadas à saúde mental. Essas doenças de saúde mental podem ser o transtorno bipolar e a depressão então podem ter relação direta com a Síndrome de Asperger e com o TEA bem como a combinação de genes e também fatores ambientais, segundo sugerem algumas pesquisas. Entretanto, diferentemente do que se pensa, a Síndrome de Asperger não tem qualquer relação com privação emocional ou pela forma como os pais educam ou disciplinam os filhos. Um ponto que sempre posto em evidência nos estudos sobre a Síndrome de Asperger é que também não depende de fatores sociais, circunstância econômicas ou a qualquer tipo de falha própria. A Síndrome de Asperger é uma patologia neurobiológica cujos fatores causadores ainda não são completamente conhecidos.

Quais são os sintomas da Síndrome de Asperger

Assim como qualquer outra doença os sintomas da Síndrome de Asperger podem apresentar variações de acordo com a pessoa que possui além de também variarem muito de intensidade ou mesmo gravidade. Entretanto existem alguns sintomas mais comuns que são mais facilmente identificados na maioria dos casos já diagnosticados. Veja quais são esses sintomas: ŸRituais É muito comum que as crianças que apresentam essa síndrome desenvolvam rituais os quais se neguem a alterar. Essas práticas podem ser as mais variadas tais como banhar-se lavando os membros sempre na mesma ordem ou vestir-se sempre na mesma sequência, por exemplo. ŸInteresses limitados As crianças portadoras dessa patologia comumente desenvolvem um interesse bem intenso, chegando quase a uma obsessão, por um determinado assunto, se interessando muito pouco ou nada por demais temas que fujam do foco escolhido. O foco do interesse pode ser sobre carros, mapas, clima, robótica ou qualquer outro assunto.

Quais são os sintomas da Síndrome de Asperger

YHabilidades sociais Conforme já falado aqui anteriormente é comum que as crianças portadoras da Síndrome de Asperger apresentem dificuldades de interação sendo comum que se portem de uma maneira tida como estranha em certas situações de sociabilização. Essas crianças apresentam dificuldades em fazer amigos pois não têm facilidade em iniciar ou mesmo manter uma conversação com outra pessoa. ŸComportamento repetitivo ou atípico Essa condição costuma fazer com que seus portadores desenvolvam comportamentos anormais que podem envolver movimentos repetitivos tais como estralar os dedos ou torcer os punhos. ŸTalentos É muito comum que as crianças portadoras da Síndrome de Asperger sejam extremamente inteligentes e possuam algum talento especial em uma determinada área do conhecimento como matemática ou mesmo música.

Quais são os sintomas da Síndrome de Asperger

ŸCoordenação motora As crianças que têm a Sindrome de Asperger podem apresentar falta de coordenação parecendo desajeitadas o que normalmente causa muito constrangimento para os mesmos. ŸComunicação comprometida As crianças portadoras dessa patologia podem apresentar dificuldade de estabelecer contato visual ao falar com uma pessoa. Além disso ainda possuem dificuldade na gesticulação e com a utilização de expressões faciais. Por isso apresentam uma linguagem corporal particular. Assim como a dificuldade de utilizar as expressões faciais as crianças portadoras dessa síndrome também apresentam dificuldade de interpretá-las. Além disso é comum que essas crianças seja muito literais no uso da linguagem apresentado certa dificuldade com a linguagem e expressões no sentido figurado. É muito importante ressaltar ainda que não existe, atualmente, uma cura para a Síndrome de Asperger. Entretanto a maioria dos portadores dessa patologia conseguem levar uma vida plena ainda mais quando a criança conta com recursos educacionais reforçados e direcionados para a sua condição.


Dificuldade na identificação dos sintomas

Embora o TEA seja definido justamente pela presença de certos déficits persistentes no que diz respeito a interação e comunicação em diversos contextos existe uma certa dificuldade na identificação dos sintomas, principalmente pelos pais. Isso por que é comum que os portadores da patologia apresentem um QI com níveis acima dos normais. Além disso eles normalmente possuem um vocabulário extenso, bem desenvolvido e com palavras rebuscadas o que acaba gerando nos pais a ideia de que os filhos são superdotados. Além disso o interesse restrito e exagerado por apenas um assunto, como aviões, carros ou robôs é outra característica importante e frequentemente ignorada ou mal interpretada pelos parentes do portador que acabam muitas vezes, mesmo sem querer, incentivando essa restrição do interesse até mesmo por meio de presentes ou abordagens que valorizam bastante o tema. Outra característica bem forte dos portadores da Síndrome de Asperger é que tendem a ser muito inflexíveis principalmente no que diz respeito a regras prendendo-se muito a elas. Isso faz com que não consigam agir de maneira flexível de acordo com a necessidade de cada situação. Desse modo pode-se dizer que as crianças portadoras da Síndrome de Asperger possuem dificuldade de sociabilização, podem apresentar tiques, ou ações motoras repetitivas, interesse limitado e intenso por poucos ou somente um determinado assunto além de uma linguagem mais rebuscada.

Dificuldade na identificação dos sintomas

Esses são então os principais fatores que devem ser observados para o diagnóstico dessa patologia e estão presentes já desde os primeiros anos de vida da criança. É por isso que imensamente importante ficar sempre atento a qualquer tipo de comportamento que possa parecer estranho, diferente ou fora do padrão. Além disso questionar-se sobre o que é um comportamento aceitável e o que pode ser parte de um distúrbio é fundamental para um diagnóstico precoce

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