domingo, 11 de setembro de 2016

O DESENVOLVIMENTO DO AUTISTA POR MEIO DA PSICOMOTRICIDADE

A psicomotricidade é uma ciência que envolve o desenvolvimento integrado de habilidades motoras associado aos aspectos emocionais e cognitivos, com a finalidade de melhorar e lapidar as expressões coordenadas dos movimentos do indivíduo durante uma atividade ou uma tarefa sequencial.  Por definição, a psicomotricidade necessita de intervenções que prezam por uma  boa estruturação hierárquica de requisitos funcionais e pela participação global das funções cerebrais.  Neste sentido, a abordagem psicomotora pode ser uma forma de manejo muito interessante em crianças com Autismo, pois seu direcionamento vem de encontro às necessidades destas, as quais têm características evidentes de desestruturação sensorial, motora, na linguagem e na capacidade de perceber ambientes sociais, contextuais e correlacionar com a linguagem verbal ou não-verbal.
A falta de controle  pela criança  de seus impulsos, limites sociais, percepção de espaço de acordo com o contexto e com as demandas de terceiros, fazem com que as formas de se expressar pelo corpo fiquem muito prejudicadas e desorganizadas. O controle de seus movimentos depende de noção espacial, sensibilidade, interação com o meio e com o outro, sendo exatamente a capacidade de integrar estes elementos que define a eficácia de uma ação organizada e também a expressão de um desejo positivo ou negativo durante a  interação com os demais a sua volta.
psicomotricidade permite que a criança com Autismo possa adquirir o que lhe é mais caro e deficitário: apropriar-se de sua imagem e esquema corporal e  da consciência de seu corpo dentro de um ambiente ou de um contexto.  Para tal objetivo, é importante que se trabalhe com esta criança por meio de estratégias que a faça se auto-perceber e se inter-relacionar com os limites do meio. Atividades como rolar, pular, tocar, mudando de lado ou de posição (frente/atrás) fazem com que ela consiga, aos poucos, perceber os limites entre seu interno e seu externo.  Deve-se, a todo momento, manter o contato visual e ajudar a seguir comandos com mudança de tonalidade de voz, a fim de desenvolver a capacidade de agir, com finalidade de iniciar e terminar processos. É comum estes conhecimentos estarem associados aos métodos de integração sensorial, pois existem muitas intersecções e estratagemas em comum entre ambos.
Em relação às evidências científicas, ainda carecem trabalhos que comprovam a eficácia da psicomotricidade, mas clínicos e profissionais experientes vêm ressaltando seu papel na intervenção e remediação de alguns déficits muito comuns no Autismo, especialmente no que tange à coordenação motora e problemas sensoriais.
O envolvimento da família nestas atividades é fundamental e a mesma pode ser orientada a manter tais atividades em ambiente doméstico. Os cuidadores devem ser instruídos e orientados a entender os objetivos das intervenções e estimulados a ampliar a gama de estratégias nos mais diversos contextos. É salutar que o tratamento psicomotor seja conduzido dentro de uma abordagem interdisciplinar e associado a outras formas de intervenção, pois o desenvolvimento da linguagem, o tratamento de comorbidades e o suporte escolar acrescentam e auxiliam muito a generalizar os resultados do tratamento.

    AUTISMO: DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA FINA

    AUTISMO: DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA FINA


    Coordenacao Motora
    Uma criança com o espectro de autismo deve ter cuidados especiais, mas ela pode e deve brincar. Afinal de contas, a infância precisa ser valorizada em sua essência. Muitos pais e responsáveis ficam em dúvida quando o assunto é brincadeiras que auxiliem a cognição, o bem-estar e a coordenação motora do pequeno.

    Brincadeiras que fazem diferença
    Algumas práticas auxiliam muito a criança com autismo. A brincadeira age de uma forma impressionante, pois ela estimula a interação social, a comunicação e diminui os comportamentos repetitivos. Além disso, a criança pode desenvolver a coordenação motora de forma satisfatória.
    O ato de brincar é terapêutico para a criança autista. No entanto, é importante saber que há determinados brinquedos que devem ser evitados, pois o pequeno precisa se sentir atraído pelo objeto.

    Desenvolvendo a coordenação motora fina

    Algumas brincadeiras que podem auxiliar a criança e sua coordenação motora:
    • Prender pregadores coloridos em papel;
    • Brincar com bolinhas;
    • Estimular brincadeiras com massinhas;
    • Desenhar com tinta guache, entre outros.
    Lembrando sempre que cada criança é especial e precisa ser respeitada em sua individualidade.

    Cada criança, uma demanda

    Nem todo brinquedo deve ser usado pela criança com autismo, considerando a hipersensibilidade tão comum a ela. Há autistas que têm grande sensibilidade auditiva ou tátil. Um detalhe importante é que a criança autista também apresenta distúrbios sensoriais no que se refere a determinadas texturas. Ela também não gosta de situações que a coloquem apertada (brincadeiras) e pode não gostar de alguns tons de vozes. Então, é importante conhecer a criança para compreender o seu gosto.
    Lembre-se que cada criança tem um jeito especial de ser, então a demanda precisa ser para ela de forma que, ao longo do processo, ela possa começar a interagir com outros coleguinhas de sala, da vizinhança, etc.
    Considerando ainda os distúrbios sensoriais, é importante ressaltar que brinquedos muito barulhentos podem amedrontá-la ou deixá-la agitada. É preciso tomar muito cuidado e escolher brinquedos que a criança goste.
    Colorir, tocar um brinquedo e encaixar peças também são completamente úteis para o desenvolvimento da coordenação motora fina.
    Brincadeiras que reduzem a ansiedade
    Há brincadeiras que ajudam a reduzir a ansiedade. É muito importante habituar a criança acerca do objeto, das fases da brincadeira e apresentar a ela maneiras de se acostumar com o material. A partir disso, você pode induzi-la a outros objetos, tudo de forma muito paciente para estimular desenvolvimento e habilidades da criança.
    Descanso é tudo
    O pequeno com autismo precisa descansar e não deve ficar recebendo estímulos de forma acentuada, pois isso pode agitá-lo. É importante frisar que apesar do convívio com outros colegas, a criança precisa também de um momento para brincar sozinha. Isso também é terapêutico. O certo é introduzir aos poucos as atividades para que o pequeno descubra, com o auxílio de um mediador, o que ele gosta.
    Carinho é tudo
    Não se esqueça que a criança com autismo precisa de atenção, paciência e muito amor para que ela se desenvolva através de um tratamento devido e com muita compreensão.
    http://entendendoautismo.com.br/artigos/autismo-desenvolvimento-da-coordenacao-motora-fina/